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Pulverização coletiva contra o greening

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Escrito por Leandro Costa - O Estado de S.Paulo   
Qua, 31 de Agosto de 2011 09:12

Fundecitrus recomenda que produtores se unam para controlar população do inseto transmissor de doença dos citros.

Divididos em cerca de 200 batalhões, espalhados por todo o Estado de São Paulo, um "exército" de 4.379 citricultores foi a campo no início do mês para por em prática o primeiro ataque em massa a um dos principais inimigos atuais da citricultura: o greening. A doença, cujo nome oficial é huanglongbing (HLB), que quer dizer "amarelamento dos ramos" em chinês, foi diagnosticada pela primeira vez no País há sete anos e vem causando muitos prejuízos desde então.

 

Transmitida por um inseto, a bactéria provoca o amarelamento das folhas e deformação dos frutos, entre outros sintomas. Somente no primeiro semestre deste ano, mais de 2,27 milhões de pés de laranja no Estado foram infectados e obrigatoriamente eliminados, segundo dados do último relatório da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo (CDA).

Perdas. Conforme a coordenadoria, o número reflete um crescimento na ordem de 30% em relação ao segundo semestre do ano passado, quando 1,75 milhão de árvores foram eliminadas. Considerando que uma planta produz, em média, duas caixas de 40,8 quilos de laranja por ano, o Estado perdeu 5 milhões de caixas para o greening.

Para tentar frear o avanço acelerado da doença, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) lançou, em julho, uma campanha de incentivo ao controle regional do Diaphorina citri, mosquito vetor da doença. A iniciativa baseou-se em estudos feitos pelo próprio Fundecitrus, que concluiu que, fazendo pulverizações conjuntas, em áreas mais amplas, pode-se reduzir em até 90% a incidência do greening, explica o gerente do Departamento Técnico do Fundecitrus, Cícero Augusto Massari. "Como o vetor é um mosquito, se eu pulverizo e meu vizinho não, ele migra para o pomar mais próximo."

Pulverização coletiva. A campanha definiu a primeira semana de agosto como o período para fazer as pulverizações de forma coletiva. Conforme Massari, o inverno é a época propícia, pois é quando a população do mosquito diminui. Isso garante melhores resultados no controle do inseto na primavera, quando ocorrem picos populacionais, na brotação.

Massari conta que a campanha envolveu 25 agrônomos, que percorreram os 300 municípios do Estado onde há plantações de laranja, orientando os produtores e auxiliando a formação dos grupos para a pulverização coordenada. Ele se diz satisfeito com a adesão, mas destaca que para o tamanho do parque citrícola do Estado (600 mil hectares), será necessário mais. "O importante é que o produtor tome consciência do perigo que a doença representa para a cultura."

Relatórios. O mesmo observa o diretor do Centro de Defesa Sanitária Vegetal do CDA, Vicente Paulo Martello. Ele relaciona a alta taxa de entrega (99%) de relatórios sobre as doenças, por parte dos produtores, como reflexo dessa consciência. Para ele, o avanço do greening só não é maior justamente por causa das ações de conscientização. "Não fosse isso a doença já estaria fora de controle." Ele alerta ainda para que o porcentual total de árvores com greening no Estado (0,94%) não seja interpretado como inócuo. "No fim do ano passado a doença se manifestava em 34,5% dos talhões e, mesmo com controle, agora ela é encontrada em 46% deles", diz.

O diretor diz também que em determinadas regiões do Estado, como Araraquara, onde o greening foi diagnosticado pela primeira vez, em 2004, o nível de infecção ultrapassa os 2% e a quantidade de plantas eliminadas este ano já passou dos 510 mil. "E ali já vimos propriedades com mais de 10% do pomar doente. São níveis em que a cultura fica inviável, pois quando há sintomas em um décimo das plantas é provável que a contaminação já tenha se alastrado por muitas outras plantas, ainda assintomáticas."

Mesmo preconizando o combate constante à doença, o Fundecitrus afirma que não criará um calendário de pulverizações. "Vamos continuar incentivando a pulverização coletiva, mas só quando for constatada a presença do mosquito", diz Massari. "Além do aumento no custo de produção, temos também preocupação ambiental. Ficar pulverizando o pomar a todo momento pode até trazer outras pragas para a cultura. Além disso, corremos o risco de aumentar a resistência do inseto aos defensivos que temos." O gerente conta que a entidade tem estudado uma outra alternativa para combater o inseto vetor. Trata-se da criação e inserção nos pomares da vespa Tamarixia radiata, inimiga natural do Diaphorina citri.

 

Fonte: O Estado de São Paulo

 

Grupo Agrofit.

Última atualização ( Qua, 31 de Agosto de 2011 09:22 )
 

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